domingo, 27 de janeiro de 2013

Museu Vivo

O nosso embaixador.

O varino é o nosso Museu Vivo!
Foto dos anos 80 do sec passado. O Varino ainda não tinha motor!!!!
Vara ao peito, aproar ao vento e velas para cima.



sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Fotos Antigas


A Culpa foi do Rio!!! 

Foi o Rio. 
Foi o Rio que nos fez Assim; 
Foi o Rio que nos fez Concelho;
Foi o Rio que nos deu Riqueza;
Foi o Rio que nos deu a Santa;
Foi o Rio que nos deu as Canoas,
Foi o Rio que nos deu o Cais;
Foi o Rio que nos deu o Varino;
Foi o Rio que nos ensinou a Velejar;
Foi Rio que nos deu Peixe, Sal e Pão;
Foi o Rio que nos fixou à Terra;
Foi o Rio que nos fez Assim; 
Foi o Rio. 



Cais da Moita década de 40 séc. Passado!
O Rio, o Cais era o coração do Concelho e a artéria principal .-Palpitava de vida e de saberes que se foram...
Restam as imagens destes cisnes que eram os donos do Tejo, com as suas velas enfunadas ao vento calcorreavam o nosso Tejo.


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O Arrais na Escola!

O que eu encontrei!!!!
Fotos de 2012.
No ano letivo transato, os pequerruchos da pré da EB2 da Moita, convidaram-me para ir à sala deles.....Queriam aprender a pintar as flores do nosso Tejo!!!
E assim foi:
 Levei barcos, pincéis e flores já desenhadas. Preparei uma pequena apresentação onde tentei explicar os truques desta arte.
O resultado foi reconfortante e animador conforme poderão depreender das fotos abaixo.







Isto tudo por culpa da  Professora Manuela Correia----MT OBG!

domingo, 20 de janeiro de 2013

Cais da Moita- Bote Ângelo 1.º - "Bairro Alto"

Foto antiga do bote da Família Durão. Bote do pai do nosso T'xico Russo e Avô do Zé Luís Durão.
Como é habitual nas leis dos arrais, o Bote Ângelo 1.º, quando chegava a "casa" "pernoitava" "á rabessa" na muralha sul do tabuleiro.
Era o sítio dele, e mais nenhum podia ocupar esse lugar.
Tinha a alcunha de "Bairro Alto" por transportar as senhoras de pouca sorte na vida, para trabalhar nas noites do Bairro Alto.  

Antiga Praça de Toiros de Algés



Para os interessados vale a pena a leitura



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Cliquem no link abaixo


sábado, 19 de janeiro de 2013

Fotos Antigas Concelho da Moita

Caros amigos vou começar uma nova rubrica.- As Fotos Antigas.
Fotos  do nosso concelho e do nosso Rio.
Espero pois que comentem, partilhem e ,desta forma, possamos divulgar, aos nossos rebentos, a nossa terra,  nossa identidade.

Para hoje: Marinhas do Ti Parramudo!
Quem se lembra do Ti Parramudo!
Foi o último marnoteiro em atividade nas salinas da Moita!
Vivia à entrada do Gaio, adepto ferranho do Moitense.
Eu tive o privilégio de conviver com ele e petiscar nos seus chalés de latão. (autenticas obras de arte)
Vivia uma vida demorada, vivia para a suas marinhas.






Fotos das Marinhas do Parramudo

domingo, 13 de janeiro de 2013

Ilha do Rato


A Ilha do Rato.

Por Luís Filipe (RoCk)
As presentes linhas tiveram como proémio um livro.
Pois foi. Foi por causa de um livro, publicado pelo próprio autor -Álvaro Valente- em 1942 - e que tão bem soube retratar o nosso Ribatejo do Sul - que me levou a pesquisar, aprofundar e confirmar as ensinanças sobre a “nossa” Ilha.
As descobertas ainda estão em fase inicial e muito mais há por descobrir.
Com certeza, não serei o melhor para tecer tão nobre aventura. Espero não desistir e encontrar amigos e colaboradores nesta, para mim, deleitável tarefa, que com fotos antigas, textos, revistas e excertos possamos transmitir, aos vindouros, informações fidedignas que confirmem as histórias dos nossos avós.
A ilha do Rato ou –Ilha do Pico- França Neto-Ilha do Carrapeto- Mouchão das ostras é um paraíso no rio Tejo, com cerca de 45600 metros quadrados de superfície, com vista para o Barreiro, Montijo e Moita.


Tem uma formação arenosa dunar, vegetação rasteira e uma construção em ruinas que, em tempos, albergou famílias sendo um agitado centro comercial. Barcos à vela e a vapor aqui vinham buscar o saboroso marisco que levava o nome de Portugal até às mesas chiques de Paris, a famosa ostra portuguesa conhecida por- la portugaise. Existiu em tempos uma população heterogénea de trabalhadores- Faineiros - que dava àquela ilha uma vida exuberante plena de gíria e interesses.
A Ilha do Rato revela ainda o seu encanto e mistério. É paragem obrigatória da Marinha do Tejo/ das suas Canoas típicas que teimam em singrar na luta contra o progresso.
No Verão, à noite, é normal vermos meninos, meninas, velhos e velhas em redor de uma fogueira a contar histórias dos seus avós, heróis e, particularmente, da pesca e das regatas .
O convívio é inexplicável. Todos têm tudo. Não falta nada e, se alguém necessita de alguma coisa e não pede à canoa do lado, é uma afronta, é sinónimo de tremenda ralhação. São assim os do Tejo.  
A Ilha.
Em 1858 foi doada por Dom Luís a um cabo.
Foi o Doutor José Vicente Barbosa du Bocage quem obteve a primeira concessão por trinta anos. Importa e é obrigatório explanar o percurso deste notável e ilustre personagem de Portugal. Dr. José Vicente Barbosa du Bogage  n  2 de maio de 1823.f. 21 de dezembro de 1905.  Bacharel formado em medicina pela Universidade de Coimbra, lente de zoologia na Escola Politécnica, do conselho de Sua Majestade, ministro de Estado, deputado, par do Reino, um dos fundadores da Sociedade de Geografia de Lisboa, sócio da Academia Real das Ciências, da Sociedade de Zoologia de Londres, Era primo em segundo grau do popular poeta Manuel Maria Barbosa du Bocage

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O Dr. Barbosa du Bocage teve as seguintes honras e condecorações: grã-cruz da ordem de S. Tiago, do Mérito Naval de Espanha, e de Francisco José, de Áustria; comendador da ordem da Rosa, do Brasil, de Isabel a Católica, de Espanha, e oficial da Legião de Honra, de França.
A concessão de exploração da Ilha do Rato começou em 10 de Agosto de 1857. Em 15 de Fevereiro de 1873 foi transferida pelo contratante, para o francês Henri Place.
 A 12 de Setembro de 1883,  foi reconhecido a Eduardo Honourous,  legitimo sucessor de Henri Place.
Mais tarde veio parar às mãos de Sousa Leal. A ilha foi ainda explorada pelo brasileiro França Neto e moradia de misantropos ingleses que hasteavam a bandeira britânica aos domingos, no seu chalé de madeira -na altura.
Foi refúgio de gente perdida nas encruzilhadas da vida; recanto de pândegos em deambulações e frescatas; porto de desembarque de candongueiros; contrabando; troca de alimentos entre a fragatagem, mercadoria vendida em praça e passada de mão em mão, com rendeiros e subrendeiros.
(Aos concessionário/proprietários; Henri Place, Eduardo Honourous Sousa leal e França Neto deverão ser encaminhados esforços para a minha próxima pesquisa.
Onde, não sei? Vou perguntar e solicitar ajuda aos netos- agora avôs- que eu conheço e que lá viveram).
 Entre 1950 e 1970 registaram-se vários fatores que contribuíram para a degradação do Estuário do Tejo, desde o grande desenvolvimento urbano à sua volta até à fixação de indústrias altamente poluentes. O desenvolvimento urbano trouxe como consequência para o Estuário o aumento excessivo da poluição orgânica, com altos valores de contaminação bacteriológica, tornando estes locais impróprios para qualquer prática balnear ou até mesmo para o desporto náutico. Em relação à instalação de vários ramos da indústria pesada, em redor do Mar da Palha, destacam-se três grandes industrias: o Complexo do Barreiro (CUF, hoje Quimigal) que libertava diversos metais pesados (mercúrio, arsénio, zinco, cobre, cádmio, ferro e chumbo), a Siderurgia Nacional e a Lisnave, que contribuíram em grande parte para a degradação da área de estuário compreendida pelos Concelhos do Seixal, Almada e Barreiro. A Lisnave é possivelmente a indústria que mais contribuiu para o desaparecimento da ostra portuguesa, uma vez que na reparação naval eram utilizadas tintas TBT nos cascos das embarcações que tinham como objetivo o impedimento da incrustação de gastrópodes no casco. O uso deste tipo de tintas é altamente tóxico para os bivalves, provocando anomalias no desenvolvimento e originando alterações hormonais. Devido a estes fatores, os bancos de ostras ficaram praticamente reduzidos a zero na década de oitenta. Como consequência da poluição, deu-se a extinção da ostra portuguesa, e consequentemente, de todas as empresas que tinham como atividade económica a exploração dos bancos de ostras e consequentemente o abandono da Ilha.
Entre  as datas- comprovadas -referidas  e  os nossos dias sabe-se que, em 2005,  O Engenheiro Ismael Duarte, compra a ilha por 100 mil euros.( a quem? Não sei!.)
 Em 2009 foi leiloada por 260 mil euros em Odivelas a um anónimo que solicitou absoluto segredo. 

A ilha hoje luta e teima em resistir à erosão provocada pelos catamarans. Será que vai vencer, o futuro nos dirá, mas o cenário não é muito animador. Desde o abate dos histórico Barcos da Transtejo que a erosão provocada pelas ondas do Catamaran é constrangedora. A ilha está a desaparecer. A casa do capataz em 5 anos desapareceu.
O que se pode fazer… Alertar?


 Nos dias que correm foi preciso muita coragem para despender 260 mil euros na “nossa” ilha.
Só Deus sabe o porque deste investimento e segredismo.
Também está confirmado que o terreno vendido engloba apenas a zona outrora muralhada, casa e viveiros. Ou seja, a zona sul, conhecida atualmente (na Moita) por praia do T´´Chico, foi sempre de utilidade pública, de todos!
Afinal o T’Chico Russo tinha razão quando zaragateava com o guarda da ilha que lhe apregoava que não era permitido encalhar nem queria barcos naquela praia….As coisas que o T’Chico sabia… Quem lhe disse que aquela praia era dele também? O Avô?
Ainda não tive tempo para pesquisar mais sobre o assunto. O que se sabe está disponível na internet, merecendo desta forma redobrada atenção e confirmação dos factos.
Eis o que encontrei até ao momento:

1858 doada por Dom Luís a um cabo;
1º concessão exploração 10 de Agosto de 1867 celebrou-se um contrato entre o Governo e o Dr. José Vicente Barbosa du Bocage;
1873 transferida a concessão para Henri  Place;
1883, reconhecidos a Eduardo Honourous, como legitimo sucessor de Henri Place;
???? Sousa Leal ;
???? França Neto;
2005  Ismael Duarte compra a ilha a (????) por 100 mil euros;
2007 Ilha à venda por 3.500€ milhões;
2009 Vendida em leilão por 260 mil euros

Espero ter contribuído de forma singela para o esclarecimento de alguns mistérios da “ nossa” Ilha do Rato.
Não poderia concluir sem um agradecimento ao obreiro da Marinha do Tejo, Professor Doutor Fernando Carvalho Rodrigues, pela partilha da sua sabedoria, fotos e livros e que me fez tecer estas singelas exortações.
Espero pois que sigam este exemplo e me façam chegar as vossas fotos antigas, textos e estórias desta história.
Será que vamos descobrir mais surpresas.

Luís Filipe.
 Janeiro 2012.


Para vossa interpretação.
"Muitos dos recursos naturais da Terra estão em vias de exaustão, a química da sua atmosfera está a deteriorar-se e as populações humanas já cresceram de forma excessivamente perigosa. Os ecossistemas naturais, as nascentes de uma ambiente saudável, estão a ser irreversivelmente degradados […] Sou suficientemente radical para levar a sério a questão ouvida cada vez com mais frequência: A humanidade é suicida?" (Edward O. Wilson, "Is Humanity Suicidal?", New York Times Magazine, 30 de Maio de 1993, p.27)
Erosão Fotos Google Earth 2002, 2007 e 2009



Referências Bibliográficas:
Valente Álvaro, Daqui Fala Ribatejo, Edição do Autor,1942
Manuel Lima, Bivalves e Gastrópodes das praias do Seixal, CMS, 1992.
E. Silva. História do Concelho do Seixal, CMS, 1981
- http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=10468
- http://www.museusousamartins.org/frm/mi4op1doc1.html

Textos e apontamentos por Luís Filipe.



(Arrais do Tejo, Professor, Membro fundador da Associação dos Proprietário e Embarcações Típicas do Tejo, sócio do Centro Náutico Moitense, membro da Marinha do Tejo.)